19/11, às 19h – DEBATE Periferias: Cultura e educação pública

Início
Período
-
Local
Online
Nos últimos anos cada vez mais jovens da periferia acessaram o ensino superior, e particularmente as universidades públicas. A educação pública se mostra como mais uma fronteira atravessada pelos jovens da periferia, que levam a cultura periférica para dentro das universidades. O percurso deriva de uma trajetória histórica de mobilização e lutas nas periferias urbanas pela efetivação de direitos e enfrentamento à segregação socioespacial, entre estes o direito à educação, militante e cultura, ambos imbricados ao direito à cidade. 

Este debate tem por objetivo ampliar o debate sobre as possíveis associações e contradições entre as formas políticas da cultura e o acesso à educação pública a partir da periferia.  Esta conexão é permeada por contradições e nem sempre é equilibrada. Se por um lado estão a criação dos cursinhos populares, a difusão de conhecimento pelas redes de cultura periférica e amplificação de pesquisas sobre o espaço urbano a partir do contexto periférico, por outro há a dificuldade de permanência e preconceito enraizado em setores ainda elitistas da universidade.

Tiaraju Pablo D’Andrea – Sambista, sociólogo e Professor da Instituto das Cidades – UNIFESP, o seu doutorado teve como tema “A Formação dos Sujeitos Periféricos: Cultura e Política na Periferia de São Paulo”. Coordenador do Centro de Estudos Periféricos – CEP. Pós-doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), atuou como pesquisador convidado da Université Paris VIII, França (2017-2018), e na École des Hautes Études en Sciences Sociales – EHESS, Paris, França (2016-2017). É doutor em Sociologia da Cultura, mestre em Sociologia Urbana e graduado em Ciências Sociais pela USP.

Marcos Manuel – Historiador. Diretor de Escola de Educação Infantil na cidade de São Paulo. Foi Diretor Regional de Educação de Pirituba Jaraguá entre 2013-2016. Atua na zona sul, junto aos coletivos Infância de Santo Amaro e Ocupa a Cidade fortalecendo a intersetorialidade e a articulação territorial.

Gisele Brito – Mestranda da FAU-USP, pesquisadora do LabCidade, jornalista do coletivo Casa no Meio do Mundo e integrante da Rede Jornalistas das Periferias.

Mediação: Elizabeth Othon – mestre FAUUSP e pesquisadora NAPPLAC

Sobre o Ciclo de Palestras e Debates "Universidade em Transformação:  desafios e potencialidades - Educação, pesquisa e direitos humanos no séc XXI em perspectiva interdisciplinar"

O Ciclo discute temas como democratização do acesso e permanência na universidade, luta antirracista, direitos indígenas, tecnologia e ensino online, exclusão digital, academia e movimentos sociais, decolonização do pensamento, feminismos, interdisciplinaridade e saberes de negras e negros, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, imigrantes, refugiadas, africanas, árabes, pessoas com deficiência, pessoas trans, não-bináries e LGBTQIA+, perspectiva de gênero, culturas urbanas, rurais e periféricas, para que sejam escutadas e para que suas narrativas, saberes, temáticas, vivências e experiências de opressões e violências diversas (epistêmica, física, psicológica), bem como de resistência, autonomia e empoderamento, sejam incorporadas pela universidade e valorizadas em espaços acadêmicos e extra-acadêmicos.
Durante cerca de 2 meses (de 15/10 a 18/12), mais de 100 palestrantes vão interagir, em videoconferências transmitidas no Youtube, com um amplo grupo de pessoas em redes sociais (Youtube, Instagram, Facebook e Twitter) e no site do Ciclo (www.universidadeemtransformacao.com).
Organizado por 4 Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP: NAP Brasil África, NAP Diversitas - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos, Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) e Núcleo de Apoio à Pesquisa Produção e Linguagem do Ambiente Construído (NAPPLAC), com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, o Ciclo foi elaborado, da concepção do formato à diversidade dos convidados participantes, com o objetivo de ampliar as trocas, os diálogos e o compartilhamento horizontal de conhecimentos dos integrantes dos NAPs e entre estes, diferentes universidades, nacionais e estrangeiras, e diversos setores da sociedade civil.
Entre as questões que o Ciclo “Universidade em transformação: desafios e potencialidades - Educação, Pesquisa e Direitos Humanos no século XXI em perspectiva interdisciplinar” vai discutir estão: Como valorizar as temáticas elencadas acima? Como ampliar a democratização do acesso e da permanência na universidade e fortalecer sua transformação? Como promover a decolonização do pensamento e o diálogo com outros saberes não necessariamente acadêmicos? Como garantir a decolonização das práticas acadêmicas (em formatos presenciais e também no contexto de virtualização/hibridização do ensino)? Como assegurar a interdisciplinaridade e fundamentação teórica/bibliografia diversificada? 
Confirma a programação dos próximos eventos em http://universidadeemtransformacao.com/programacao/.
Venha participar conosco deste debate!