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O filme “Rio das Mortes: nossa vida” será exibido na sessão AntropoCena do dia 12 de junho de 2025, às 17 horas, no auditório do LISA, em parceria com o Grupo de Antropologia Visual da Universidade de São Paulo (GRAVI-USP), e contará com a presença de Ana Lúcia Ferraz, Professora Associada do Departamento de Antropologia e Coordenadora do Laboratório do Filme Etnográfico da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Com formação na USP, Ana Lúcia é mestre em Antropologia (1999), doutora em Sociologia (2005) e fez o pós-doutorado em Antropologia Social (2010). Atua hoje entre os campos da Etnologia Indígena e da Antropologia Visual, sendo autora de uma série de filmes etnográficos, entre eles, com os Guarani Nhandeva, Nhande Ywy/Nosso Território (2018) e Öwawe dahoimanadzé/Rio das Mortes: nossa vida (2024).
é um filme que conhece o território ancestral do povo A’uwé uptabi (Xavante) que nos apresenta suas relações com as águas do Rio das Mortes, ameaçado por hidrelétricas. Configurar a territorialidade a’uwé xavante documentando as diversas práticas com o rio, suas concepções cosmológicas a centralidade da caça no modo de vida dos a’uwé no cerrado é o objetivo da etnografia em processo.
A partir da experiência dos territórios zapatistas em Chiapas, México, a apresentação aborda as autonomias indígenas como processos dinâmicos de territorialização e criação de formas próprias de organização sociopolítica. Em diálogo com outras experiências latino-americanas, refletiremos sobre como os zapatistas (re)constroem, cotidianamente, espaços autonômicos em oposição aos processos de heteronomia impostos pelo Estado e pelo capital.
Com
Fábio M. Alkmin (Doutor em Geografia Humana/USP)
Lucas Keese dos Santos (Doutorando do PPGAS/USP)
Mediação: Silvia Adoue (Unesp e Escola Nacional Florestan Fernandes)
Outros nós: poéticas da recusa e da criação
O II Simpósio Internacional Métis - Artes e Semânticas da Criação e da Memória, cujo tema é “Outros nós: poéticas da recusa e da criação” tem como proposta investigar teórica e etnograficamente as diversas concepções da noção de criação, explorando sua polissemia e suas relações com a memória, em consonância com os objetivos do Projeto Temático Fapesp (2020/07886-8) ao qual se liga. A partir da experiência exitosa do I SIM (2024), este segundo simpósio se destaca por promover o encontro entre profissionais de diferentes gerações e subcampos no interior da antropologia e áreas afins, como história, arqueologia, filosofia, arquitetura e artes. Acolhe ainda pessoas de outras áreas do saber, em consonância com uma perspectiva intelectual e política de estabelecimento de diálogos intra e extrauniversitários.
No Brasil, assim como nas outras dimensionalidades das Terras Altas e Terras Baixas do cenário e contexto ameríndio, cada etnia indígena tem um modelo específico, particular, independente e interdependente de uma organização social pautadas pelas metodologias de abrangência étnica que permitem antes uma vivência seguidas de autoidentificações. Para tanto, do ponto de vista do cenário étnico das culturalidades indígenas brasileiras, os sistemas patrilineares e os sistemas matrilineares, é que prevaleceram como fundamentos da autoidentificação de uma etnicidade. Mais do que serem sistemas tratam-se na verdade de métodos educativos de um arcabouço sociocultural. Diante do cenário em que as demandas de identificações étnicas tornam-se fundamentais frente às políticas públicas e políticas acadêmicas, necessárias e diferenciadas enquanto aspectos do direito indígena, é que pretende-se fazer uma abordagem acerca da temática Hierarquia e sistema de organização social: a máquina de parentesco tukano, como forma de proporcionar debate a partir da leitura da organização social tukano vivenciado enquanto uma metodologia educativa e enquanto uma máquina de organização social indígena no contexto do noroeste amazônico.
Os Encontros Nacionais de Antropologia do Direito (ENADIR) são eventos bianuais promovidos pelo Núcleo de Antropologia do Direito (NADIR), sediado no Departamento de Antropologia (DA) e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).
As finalidades do evento se mantêm firmes, desde o primeiro Encontro (2009): gerar novos conhecimentos e promover a elevação da qualidade da produção científica nos campos da antropologia do direito e de áreas afins, incentivando e apoiando trocas entre pesquisador@s de diversas instituições de ensino superior e de pesquisa, especialmente de programas de pós-graduação nacionais.
Da mesma forma, no que se refere diretamente a programas de pós-graduação, os ENADIR se propõem a contribuir para a articulação continuada e sistemática entre antropólog@s do direito no Brasil e núcleos de estudos da área, sem deixar de incluir parcerias estrangeiras.