18/11 às 17h – DEBATE Direito à cidade e a educação pública

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Os ideais de cidades mais equitativas e justas têm mobilizado historicamente movimentos sociais e academia na defesa da garantia dos direitos sociais para todos, sem nenhuma forma de discriminação de gênero, étnica, sexual e religiosa. Esses ideais centralizam as pautas do direito à cidade frente à estrutural desigualdade socioespacial brasileira. A pandemia do novo corona vírus “covid 19” expôs amplamente as desigualdades socioespaciais brasileira e as ampliou entre os segmentos mais desfavorecidos. A maioria dos atingidos pela covid 19 são os trabalhadores informais, desempregados, sem teto, moradores das áreas precárias, tanto das periferias como do centro, e sobretudo as mulheres e os negros historicamente inferiorizados na sociedade brasileira.
Somado a este contexto especialmente adverso em que nos encontramos – com a intensificação da agenda de privatização generalizada, extinção de direitos e recrudescimento da violência estatal que naturalmente as acompanha -, tem se operado por meio de mecanismos crescentemente complexos, de dissimulação da realidade e de generalização da desinformação e confusão especialmente direcionadas às pessoas de onde deve partir a resistência.
Esta mesa se propõe a discutir, portanto, quais são os caminhos (novos ou não) para a aliança fundamental entre os conhecimentos produzidos pela educação pública e a luta concreta das pessoas que têm resistido a essa reversão, na efetiva articulação entre conhecimento e prática em busca do direito à cidade. Centrado no urbano, o debate passará pela importância e urgência de se aprofundarem os elos entre a produção de conhecimento crítico efetivamente engajado com a transformação dos territórios e os repertórios e práticas das pessoas e movimentos que neles e por eles têm lutado nesse contexto especialmente difícil.

Luiz Kohara – Educador popular, secretário executivo  do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos. Mestre em engenharia civil (Politécnica/USP), doutor em Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP), com pós-doutorado nas áreas de sociologia urbana (USP) e habitação (UFABC).
Welita (FLM) – formada pela escola do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), em Ciências do Trabalho, Coordenadora do movimento de moradia e inclusão social, filiado à Frente de Luta por Moradia (FLM), coordena 4 ocupações  no centro de São Paulo, acompanha 35 cortiços, nos quais moram 480 famílias.
Paula Santoro – Arquiteta e urbanista, doutora em Habitat pela FAU USP com bolsa na Universidade Politécnica da Cataluña e professora de Planejamento Urbano do Departamento de Projeto da FAU USP. Atualmente coordena o projeto ObservaSP e Observatório de Remoções junto ao LabCidade FAU USP
Mediação: Vitor Inglez de Souza – Advogado do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, mestrando FAU USP, pesquisador NAPPLAC – Núcleo de Apoio à Pesquisa: Produção e Linguagem do Ambiente Construído

Sobre o Ciclo de Palestras e Debates "Universidade em Transformação:  desafios e potencialidades - Educação, pesquisa e direitos humanos no séc XXI em perspectiva interdisciplinar"

O Ciclo discute temas como democratização do acesso e permanência na universidade, luta antirracista, direitos indígenas, tecnologia e ensino online, exclusão digital, academia e movimentos sociais, decolonização do pensamento, feminismos, interdisciplinaridade e saberes de negras e negros, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, imigrantes, refugiadas, africanas, árabes, pessoas com deficiência, pessoas trans, não-bináries e LGBTQIA+, perspectiva de gênero, culturas urbanas, rurais e periféricas, para que sejam escutadas e para que suas narrativas, saberes, temáticas, vivências e experiências de opressões e violências diversas (epistêmica, física, psicológica), bem como de resistência, autonomia e empoderamento, sejam incorporadas pela universidade e valorizadas em espaços acadêmicos e extra-acadêmicos.
Durante cerca de 2 meses (de 15/10 a 18/12), mais de 100 palestrantes vão interagir, em videoconferências transmitidas no Youtube, com um amplo grupo de pessoas em redes sociais (Youtube, Instagram, Facebook e Twitter) e no site do Ciclo (www.universidadeemtransformacao.com).
Organizado por 4 Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP: NAP Brasil África, NAP Diversitas - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos, Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) e Núcleo de Apoio à Pesquisa Produção e Linguagem do Ambiente Construído (NAPPLAC), com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, o Ciclo foi elaborado, da concepção do formato à diversidade dos convidados participantes, com o objetivo de ampliar as trocas, os diálogos e o compartilhamento horizontal de conhecimentos dos integrantes dos NAPs e entre estes, diferentes universidades, nacionais e estrangeiras, e diversos setores da sociedade civil.
Entre as questões que o Ciclo “Universidade em transformação: desafios e potencialidades - Educação, Pesquisa e Direitos Humanos no século XXI em perspectiva interdisciplinar” vai discutir estão: Como valorizar as temáticas elencadas acima? Como ampliar a democratização do acesso e da permanência na universidade e fortalecer sua transformação? Como promover a decolonização do pensamento e o diálogo com outros saberes não necessariamente acadêmicos? Como garantir a decolonização das práticas acadêmicas (em formatos presenciais e também no contexto de virtualização/hibridização do ensino)? Como assegurar a interdisciplinaridade e fundamentação teórica/bibliografia diversificada? 
Confirma a programação dos próximos eventos em http://universidadeemtransformacao.com/programacao/.
Venha participar conosco deste debate!