
Projeto: Casas de bambas: macumbas e carnavais em São Paulo
Neste projeto pretende-se focar as relações socio-estruturais entre as religiões afro- brasileiras (popularmente conhecidas como “macumbas”) e o carnaval em São Paulo tendo como campo de observação as escolas de samba envolvidas na produção dessa festa. Dos xangôs do Recife valorizaram-se os maracatus, grupos carnavalescos intimamente ligados aos terreiros. Dos candomblés de Salvador, os blocos afros e afoxés, versões dos cultos aos orixás que se apresentam no carnaval. No mesmo contexto, as escolas de samba cariocas e paulistas, que se organizaram em torno da vida social dos terreiros ganharam destaque nacional popularizando os temas da cultura afro- brasileira, frequentemente cantados nos sambas-enredos que compõem os desfiles de carnaval visto como a “maior festa do mundo”. A pesquisa bibliográfica e documental abrangerá instituições relacionadas ao tema, com entrevistas com carnavalescos e outros agentes participantes do evento, sobretudo aqueles que tem trânsito entre os dois universos da pesquisa: terreiros afro-religiosos e escolas de samba. O objetivo é interpretar os modos pelos quais as agremiações carnavalescas das escolas de samba em São Paulo dialogam com a cosmologia das religiões afro-brasileiras expressando seus valores fora do âmbito dos terreiros e tornando-os conhecidos, sobretudo nos desfiles carnavalescos. É uma pesquisa vinculada ao projeto “Religião, símbolo e poder afro- brasileiro na formação da cultura nacional”, coordenado por Vagner Gonçalves da Silva, (CNPq), 2022-2026.