Disciplinas Oferecidas no Semestre
A antropologia como saber acadêmico. Formação de uma literatura sobre a diversidade cultural. Evolucionismo Social e as noções de evolução, raça e progresso. As críticas ao evolucionismo. Escola Sociológica Francesa e as representações coletivas. Introdução ao método etnográfico.
Possibilitar aos alunos ingressantes no curso de Ciências Sociais uma formação básica e introdutória em Antropologia Social, estabelecendo perspectivas para o aprofundamento de certos instrumentos conceituais, teóricos e metodológicos pertinentes à reflexão antropológica. Possibilitar aos alunos, futuros professores, o conhecimento, reflexão e apresentação de conceitos centrais da antropologia como cultura, etnocentrismo, relativismo cultural, diversidade cultural.
Familiarizar o aluno de Ciências Sociais com os fundamentos teóricos e procedimentos analíticos do estruturalismo, a partir da leitura e discussão da obra de Claude Lévi-Strauss. Explorar o acervo disponível no Laboratório de Imagem e Som da Antropologia para capacitar o aluno, futuro professor, para trabalhar com seus alunos do ensino médio as questões referentes à organização e cultura de diferentes grupos e sociedades.
Oferecer uma perspectiva antropológica de interpretação do processo de formação das religiões afro-brasileiras sublinhando seus diálogos com a cultura nacional em termos de comportamento, estilo de vida, produção simbólica e construção identitária.
O curso apresenta, na primeira parte, uma perspectiva diacrônica da formação das religiões afro-brasileiras a partir das principais matrizes que as geraram: a matriz africana, o catolicismo popular e as religiões indígenas. Considerando a religião como um sistema cultural, privilegia, numa abordagem sincrônica, os dois modelos mais conhecidos destas religiões (o candomblé e a umbanda), tratando-os em termos de estrutura ritual, cosmologias, liturgia, organização social, noção de pessoa etc. Na segunda parte, propõe uma discussão sobre os diálogos da religiosidade afro-brasileira com algumas esferas da cultura nacional (música, dança, festas populares, literatura, artes plásticas etc.) buscando analisar as estratégias e os contextos políticos que os possibilitam. Finalmente, na terceira parte, apresenta algumas tendências contemporâneas de análise dos significados das heranças africanas na construção identitária das populações negras no Brasil.
Presentes na reflexão antropológica desde seus primórdios, Corpo, Substância e Pessoa são categorias cuja produtividade para a análise das sociedades ameríndias já estava prefigurada na obra de Lévi-Strauss em meados da década de 1960. O curso pretende acompanhar os desdobramentos do tema, considerando a importância ainda central da discussão sobre a corporalidade nas etnografias e nos modelos comparativos mais recentes.
Esta disciplina visa introduzir os alunos da graduação na área dos estudos de gênero, com um enfoque que aproxima a antropologia com outras áreas das humanidades. Gênero tornou-se uma categoria e uma reflexão teórica muito relevante nas ciências humanas nas últimas três décadas. Sua produção teórica específica tem tido um desenvolvimento e uma produção crescente desde a década de 1970, em diálogo com as teorias sociais, com reflexões acerca das formas de poder e de desigualdade que são social e culturalmente produzidas. Os debates sobre gênero dialogam intensamente com as revisões acerca dos conceitos de sociedade, natureza, cultura, poder, violência, e com as questões de direitos humanos. Também se destaca na disciplina as intersecções entre gênero e raça.
A disciplina apresenta a área dos estudos de gênero mostrando inicialmente sua relação com os debates fundamentais da antropologia (como a dicotomia natureza/cultura). Reconhecendo as relações desta área com a questão das formas de poder, a disciplina aponta para a forma como o conceito de gênero advém dos estudos sobre mulheres e dos estudos feministas. Nesse debate com os trabalhos sobre mulheres e com as propostas feministas, a disciplina explora também o problema contemporâneo da identidade e de seu papel político. A partir da bibliografia que construiu a noção de gênero nos anos 70, a disciplina busca acompanhar os desdobramentos teóricos posteriores em diálogo intenso com áreas afins à antropologia. Explora por fim as relações entre gênero e outras formas de diferenciação social, como a questão da raça e o problema que advém do reconhecimento da extrema diversidade entre as mulheres.
O curso gira em torno de algumas oposições conceituais que marcam a elaboração teórica na Antropologia (e nas ciências sociais ocidentais, de modo amplo), expressando questões e polêmicas recorrentes na disciplina, em torno de polaridades como cultura/natureza, sociedade/indivíduo, sistema/prática, estrutura/sujeito. Assume-se que a reflexão teórica recente na Antropologia – mesmo em vista da fragmentação de seu campo e da diversidade de sua linguagem conceitual – ainda traduz um esforço compartilhado de questionar e repensar aquelas dicotomias fundantes, bem como a pretensão de superá-las (também sob o risco de privilegiar unilateralmente um dos pólos e restaurar antinomias). Busca-se, então, apresentar e discutir alguns aportes derivados do debate contemporâneo na disciplina – concepções de socialidade, corporalidade, perspectivismo, híbridos, redes – por meio de algumas temáticas privilegiadas, tais como: gênero, família e parentesco; imagens da natureza e da sociedade; pensamento e prática científica; corporalidade e tecnologia; consumo e moralidade.