Seminário Lições de fala – diálogos ameríndios

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Sala 14, Prédio do Meio da FFLCH/USP

O CEstA, o Projeto Fapesp "Diplomacias Cosmopolíticas nas Terras Baixas Sulamericanas" e a CAPES convidam para o seminário Lições de fala – diálogos ameríndios A partir de um diálogo com convidados indígenas, este Seminário propõe-se a explorar a centralidade e a potência da fala nas sociocosmologias de diferentes povos das terras baixas da América do Sul. Como escreveu Pierre Clastres, a linguagem é, para estes povos, não um mero instrumento a serviço da comunicação, mas algo a ser “celebrado”, usado com o máximo de cuidado, uma vez que atua na composição de pessoas e coletivos. Não é apenas o conteúdo que importa, mas como dispor da linguagem, como usar a fala com a devida justeza, visando efeitos. Essa concepção da linguagem – e da fala – conforma uma concepção singular de ética e de política, isto é, de estar no mundo e de compor mundos. E nesta ética e política entrelaçam-se diferentes atos de fala: discursos de lideranças, diálogos cerimoniais, cantos, narração de histórias, rumores; transcorridos seja em momentos cotidianos, seja em eventos festivos de diversas escalas envolvendo música, dança, adornos, imagens. Estes atos de fala não estão encerrados no mundo indígena, abarcam também o aprendizado de falar aos não indígenas, estes que não cessam de impor sua própria ética e sua própria política. Cabe lembrar também que em muitas línguas indígenas o termo “fala” pode designar outras formas vocais que escapam da linguagem articulada e, assim, pode referir-se a sons emitidos por seres não humanos. Todas essas questões convidam a problematizar e a refletir, junto com os interlocutores indígenas, sobre o que falar quer dizer; convidam a aprender com lições de fala indígenas.  Quarta-feira, 04.07 Manhã – 9h30-12h30 09h30-10hPalavras de boas vindas Marta Amoroso Marina Vanzolini Renato Sztutman 10h30-12h30Mesa de Abertura: O lugar da fala  Bruna Franchetto Sandra Benites Coordenação: Renato Sztutman Mediação: Marina Vanzolini  Tarde – 14h30-19h30 14h30-17hMesa II: Falar como liderança, na aldeia e na cidade Mutuá Kuikuro Marcio Tenharim Tiago Karai Guarani-Mbya Coordenação: Gabriel Bertolin Mediação: Lucas Keese 17h30-19h30Mesa III: Políticas de afirmação, políticas afirmativas indígenas Letycia Rendy Yobá Laís Maxakali Coordenação: Emerson de Oliveira Mediação: Talita Lazarín Dal Bó Quinta-feira, 05.07 Manhã – 9h30-12h30Mesa IV – Falar com cerimônia I  Luiz Gilberto Kubeo Isaka Huni Kuin Jayme Mayuruna Coordenação: Guilherme Meneses Mediação: Diego Pedroso Comentários: Pedro Cesarino Tarde – 14h30-17h30 Mesa V – Falar com cerimônia II Waranaku Aweti Jamaxi Myky e Typju Myky Marilton Maxakali e Natalino Maxakali Coordenação: Marina Vanzolini  Mediação: André Lopes e Ana Estrela Comentários: Dominique Gallois Sexta-feira, 06.07 Manhã – 9h30-14h 9h30-12h30Mesa VI – Palavras de mulheres Maria Parukunye Katxuyana Tiriyó Patrícia Ferreira Guarani Mbya Gilda Kaingang Coordenação: Paola Gibram Mediação: Aline Aranha e Luísa Girardi 13h-14h Palavras finais Jera Poty Mirĩ Beatriz Perrone-Moisés Noite – a partir das 20h Festa de encerramento com Forró do Assaré e Forrobodó do Jabah no CCB   Comissão organizadora: Gabriel Bertolin, Guilherme Meneses, Lucas Ramiro, Luísa Girardi, Marina Vanzolini, Paola Gibram e Renato Sztutman. Arte gráfica: Tatiane Manhães Comes & bebes: Fábio Zuker Realização: Centro de Estudos Ameríndios – CEstA/USP   Apoio: Laboratório de Imagem e Som em Antropologia – LISA/USP Financiamento: CAPES e FAPESP (Projeto de Auxílio 2015/21158-7 - “Diplomacias Cosmopolíticas nas Terras Baixas Sulamericanas: Exercícios de Comparação Etnográfica”)